NOSSA TERRA – NOSSA GENTE I - Homenagem a Família "Xavier"

Por Sergio Xavier Ferolla (*)
O importante levantamento histórico compilado pelo saudoso Dr. Luciano Bastos em seu livro “Bom Jesus de Município a Distrito”, aguçou o interesse em melhor conhecer os pioneiros da nossa terra natal, que aqui aportaram e contribuíram para a consolidação das duas Bom Jesus.
Muitos empresários e políticos têm sido destacados em livros e artigos, mas ampliar o leque dos registros históricos é fazer justiça a muitos homens e mulheres, anônimos e abnegados trabalhadores, que forjaram as raízes das gerações que floresceram no seio de nossa gente. Nessa plêiade de desbravadores, alguns antepassados da família Xavier aqui deixaram suas marcas e realizações.
A história de nosso país registra que, no Século XVII, o Brasil Colônia pagava a Portugal um alto tributo de 20%, que incidia sobre tudo que fosse produzido localmente. Essa extorsiva taxação, representando 1/5 da produção nacional, “O Quinto”, recaia, principalmente, sobre o ouro e demais preciosidades das “minas gerais”.
O crescente ódio no seio da população trabalhadora levou à deflagração do movimento conhecido como a “inconfidência Mineira” e culminou com a prisão do Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Não bastasse a condenação à morte do inconfidente mais destacado, seu corpo foi esquartejado e os restos colocados nos postes das vias públicas de forma a intimidar aqueles que, ainda ousassem a alimentar qualquer intenção de rebeldia contra os poderosos administradores encarregados de suprir recursos para a nababesca e insaciável Corte de Lisboa.
Liquidado o heróico varão, severa perseguição foi determinada sobre todos os ascendentes e descendentes da família Xavier que, como cidadãos brasileiros, participavam do sentimento de repulsa à exploração daqueles que trabalhavam arduamente para edificar uma nova nação nos trópicos.
O historiador Francisco Camargo Teixeira, em seu livro “Bom Jesus do Itabapoana” editado em 1985, aborda aspectos que, certamente, influenciaram na escolha do Vale do Itabapoana, ao buscarem refúgio em regiões remotas para evitar que se cumprissem as ordens de execução que incluía até os bisnetos.
Os passos dessa saga familiar foram minuciosamente levantados pelo meu primo Elcio Xavier, em seu livro “Árvore Genealógica de Carlos Joaquim Francisco e Júlio de Aquino Xavier”. Estudioso e determinado, Elcio aprofundou-se nas origens e história da família, cujas raízes logrou encontrar vestígios na atual região autônoma de Navarra, onde é falado o indioma basco. Significando “casa nova”, Xavier (em português), Javier (em espanhol) e Gzaviê (em francês), era o nome de um Castelo do reino Navarra, existente desde o século XII, na fronteira da França com a Espanha região dos Pirineus.
O Castelo Xavier abriga até hoje a Basílica de São Francisco Xavier, por ter sido a origem de Francisco de Jasso y Aspilcueta que, em 1534, ao participar com Ignácio de Loyola, tomou o nome de “Francisco, de Xavier”, por ter nascido no Castelo  Xavier . Ao ser designado para viajar ao Oriente, em missão apostólica, recebeu o título de “Mestre Francisco, filho do Senhor de Xavier”, logo reconhecido como Francisco Xavier, nome pelo qual ficou famoso por suas virtudes. Após sua morte, muitos portugueses, espanhóis e franceses empolgados com sua extraordinária atividade no Oriente, deram aos seus filhos nome próprio de “Francisco Xavier”.

(*) Tenente Brigadeiro Aviador, Engenheiro e Ministro Ap. do Superior Tribunal Militar
  • Artigo publicado em “A Voz do Povo” em 31 de maio de 2011.

Comentários

  1. familia Xavier!Que muito me urgulho de ser amiga virtual de dois de seus descendentes!Familia Brazonada, muito unida entre si, amiga do priximo! Com raízes no nosso pais irmão- Brazil.
    O que mais me pesa, é que um dia irei perder o contacto com estes maravilhosos amigos que muito me ensinaram na vida! Bem-Aja.
    Conceição Pereira,

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